“A compulsão alimentar entrou na minha vida como forma de fuga da dura realidade que eu vivia. Além de engordar eu sentia que não possuia controle frente à comida. Nas minhas crises comia tudo o que via na geladeira, doce salgado, fazia as combinações mais estranhas e achava aquilo sensacional por um instante. Depois vinha a culpa tão cruel. Culpa de não me sentir magra, culpa por ter comido exageradamente, sentia culpa até por existir.
Tentando emagrecer eu procurei ajuda com a nutricionista. Jurei que ela me passaria uma dieta restritiva e difícil de ser seguida. Mas na verdade ela me disse que eu poderia comer de tudo. E como assim? Comer de tudo?
Até aquele docinho?
Sim até o maravilhoso docinho que nos faz sentir tão bem.
Mas o que era novidade pra mim, era a forma de comer. Um comer intuitivo, comer baseado na fome e saciedade do seu corpo e não simplesmente para satisfazer emoções. O processo foi longo, tive muitas recaídas mas sempre voltei e hoje eu digo que é a melhor coisa do mundo. Me amo assim como sou, consigo ter controle da minha alimentação, consigo reconhecer quando estou com fome física ou fome emocional e quando estou satisfeita.
Eu mudei a minha vida, sabendo que não existe comida certa ou errada. Comida é comida, e deve ser utilizada para saciar a fome e não preencher os vazios sentimentais que possuímos.”